Deputada bolsonarista Flordelis é cassada por 437 votos a 7

A deputada evangélica e bolsonarista Flordelis foi cassada pela Câmara dos Deputados, em votação recorde em que 437 deputados votaram para cassa-la. A cassação de Flordelis (PSD-RJ) pode leva-la imediatamente á cadeia.

Deputada evangélica e bolsonarista, Flordelis dos Santos (PSD-RJ) pode muito em breve ir para cadeia.

Isso porque a Câmara dos Deputados, cassou seu mandato nessa quarta-feira (11) por goleada de 437 votos favoráveis a 7 votos contra. 

Flordelis é ré na 3ª Vara Criminal de Niterói desde agosto de 2020, Ela foi denunciada por ser mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo. Crime ocorrido há mais de dois anos, em junho de 2019.

Como Flordelis foi cassada?

Conselho de Ética recomendou a cassação no começo de junho deste ano, por 16 x 1.

Nessa ocasião, apenas o bolsonarista Márcio Labre (PSL-RJ) votou contra. No seu parecer, o deputado Alexandre Leite (DEM-SP) afirmou que Flordelis é a única pessoa do caso “que detinha as condições materiais para financiar a compra da arma de fogo [usada no crime]”.

“Mais grave, a REPRESENTADA se utiliza de seu cargo para deliberadamente tentar subjugar seus filhos, notadamente SIMONE, LUCAS e MISAEL, utilizando o acesso da mídia que seu cargo lhe proporciona para, de toda forma, transferir a eles sua responsabilidade”, disse Leite.

A deputada recorreu à CCJ, mas foi derrotada de novo, em julho, por 47 x 0.

Quem votou contra

Saiba o nome dos deputados:

Leda Sadala (Avante)
Carlos Henrique Gaguim (DEM)
Dimas Fabiano (PP)
Fausto Pinato (PP)
Glauber Braga (PSOL)
Jorge Braz (republicanos)
Maria Rosas (republicanos)

Câmara aprova perda do mandato da deputada Bolsonarista Flordelis, acusada de mandar matar o marido

Via: CAMARA

O advogado Rodrigo Faucz, que integra a equipe da defesa da deputada Flordelis (PSD-RJ),  afirmou no Plenário da Câmara dos Deputados que a deputada é vítima de perseguição. “A história da Flordelis foi massacrada e reconstruída pelo prisma daqueles que são seus inimigos, com acusações levianas de adversários políticos e religiosos”, disse.

A Câmara analisa neste momento o processo movido pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar contra a deputada, que é acusada de mandar matar o marido, pastor Anderson do Carmo.

Assista ao vivo

Para Faucz, a deputada também é alvo de discriminação racial e social. “O caso aqui hoje é uma mistura de perversidade histórica do nosso sistema, temperado com misoginia e machismo estrutural. A presunção de inocência deve ser para todos”, afirmou.

Ele destacou ainda que a presunção de inocência deve ser preservada pelo Plenário. Segundo ele, a carta em que a deputada teria pedido que o filho Lucas assumisse a autoria da morte do Pastor Anderson do Carmo não existe. “É uma carta que a acusação dá um valor no processo, uma importância, mas ela não existe. A acusação diz que ela foi destruída, mas ela não existe”, disse.

Faucz também negou que a deputada tenha abusado de suas prerrogativas parlamentares. “Ela rejeitou todos os privilégios, visitou os filhos em presídios e sequer permitiu que fosse passada na frente de outras mães e outros parentes.”

Ele disse ainda que a defesa não pode adiantar os argumentos a serem usados no julgamento criminal para não prejudicar a defesa de Flordelis no Tribunal do Júri. “Estão acreditando numa versão baseada em uma parcela irresponsável da mídia, que usou expressões absurdas para que os futuros jurados julguem com preconcepções”, acusou.

Tribunal do Júri
O advogado Jader Marques afirmou ter certeza de que Flordelis será inocentada pelo Tribunal do Júri do Rio de Janeiro. “Se cassarem Flordelis, estarão fazendo uma injustiça com uma pessoa que será inocentada”, disse. Afirmou ainda que a deputada era vítima de violência psicológica promovida pelo pastor Anderson do Carmo. “Era um estuprador, abusador de criança, isso será provado”, acusou.

Marques sugeriu a aprovação de uma emenda diminuindo a punição para seis meses de suspensão do mandato, tempo necessário para que o caso seja avaliado pelo Tribunal do Júri.

Entenda o caso
Flordelis é acusada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro de ser a mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, em junho de 2019, em Niterói (RJ).

Por 16 votos a um, o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar recomendou a perda do mandato no começo de junho, segundo parecer do deputado Alexandre Leite (DEM-SP).

Para cassar o mandato, são necessários os votos de pelo menos 257 deputados (maioria absoluta) em votação aberta e nominal.

Fonte: Agência Câmara de Notícias